Por que comecei esse projeto?
Quando eu tinha 15 anos, estava indo ao shopping caminhando e notei que, ao meu lado, um carro andava na mesma velocidade que eu. Entrei no primeiro lugar que encontrei e esperei um tempo. O carro deu a volta na quadra e continuou a me seguir. O motorista ainda gritou “Não precisa ter medo”.
Aos 18, a caminho da faculdade, dentro de um ônibus lotado, senti que o passageiro de trás se encostou em mim.
Aos 23, na balada, um cara passou por mim e me pegou pelo braço tentando me puxar.
Aos 27, comemorando a virada do ano embaixo da Torre Eiffel, o cara bebeu demais e ficou me seguindo, tentando me encostar, me puxar pelo braço e gritando em um idioma que eu não conhecia.
Recentemente, um bêbado ficou se abaixando para ver por baixo da minha saia e gritando que queria ver minha calcinha.
Eu não conhecia nenhum deles. Na primeira situação, eu tive medo. A partir das próximas, comecei a ter raiva e já sabia me defender.
Algumas pessoas me aconselharam a deixar de sair sozinha e evitar fazer certas coisas. Essas pessoas tentavam me ajudar e tinham boas intenções, pois ouviram de outras que nós mulheres precisamos ser protegidas acreditando no mito de que, por sermos delicadas, não podemos nos proteger. Eu tentei seguir esses conselhos e a atender a expectativas impostas a nós. Não consegui.
Meus sonhos são grandes demais para ficarem guardados e quando eu não escuto, eles gritam dentro de mim. Se transformam em dores no corpo, cansaço e falta de ânimo. Quanto mais alguém tenta silenciá-los, mais eles crescem a ponto de explodir.
Não foi bem com a intenção de me defender que comecei a treinar karatê e aprender arte marcial, gostava de assistir a desenhos de luta quando criança e precisava praticar um esporte. Ao longo do tempo, fui percebendo o quanto essa atividade física despertava uma guerreira sonhadora disposta a lutar pelo que quer.
Eu quero que você também sinta isso. Quero ajudar mulheres a se sentirem mais seguras através da defesa pessoal.
Nós podemos muito mais que nos permitimos. Somos responsáveis por trilhar e seguir o caminho que queremos para nossa vida. Não é fácil. Não é rápido. É uma luta diária contra diversos obstáculos (crenças, preconceitos, padrões, medos, etc).
Nós merecemos ser e fazer tudo o que quisermos.
Eu viajei sozinha por 7 países (por enquanto), abri meu negócio e agora quero ajudar vocês a se libertarem.
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6 comentários
Conteúdo extremamente necessário! Nós, mulheres, precisamos cada vez mais ocupar nosso espaço. Não é questão de ‘ser mais que os outros’, queremos apenas sair e ter a certeza que voltaremos seguras pra casa. Parabéns pela iniciativa ❤️
<3 Obrigada. A questão é justamente essa: o direito e a liberdade de sair para estudar, passear, fazer o que gostamos e poder voltar para casa com tranquilidade.
Adoro caminhar e andar de bike, mas as vezes tenho medo de passar em alguns lugares fico sempre alerta e apreensiva, e quero aprender defesa pessoal, meu namorado já até me ensinou uns golpes mas quero sim me aperfeiçoar
Ana Claudia,
O que a gente precisa ter em mente é justamente isso, vou ficar alerta por onde eu ando, evitar lugares perigosos, de repente mudar o trajeto. Mas sim, vou continuar caminhando e andando de bike porque é algo que eu gosto e me faz bem. 😉
Acompanha nosso grupo no telegram ou facebook que em breve teremos mais. O projeto está sendo construído com muito carinho para nós <3
Excelente iniciativa. Parabéns! Não devemos aceitar isso que porque somos mulheres temos que andar com medo e abafar nossos desejos, temos que ter liberdade de ir e vir quando quisermos… Quero fazer o curso…Gratidão por nos inspirar que somos mulheres mas fortalecidas….
<3 <3 <3 Muito obrigada Renata, juntas vamos nos fortalecendo e mudando essa realidade! Já entrou nos grupos? Vou enviando as atualizações por lá. Dia 03 já está chegando…